KM filosofia
Curiosidades.
O primeiro dia de pista, a gente nunca esquece.
Saudações galera que curte um doido pilotando um “baguio”
feito de metal, plásticos, borrachas movidas por um combustível inflamável ao
invés de 22 pelegos correndo atrás de uma bola, futuramente iremos falar de diversas
categorias do automobilismo, desde o nascimento deste blog demos dicas de como modificar seu carro pra andar
rápido nos Track Days por ai.
Todos que estão lendo isso, ao contrario da maioria da
garotada, sempre quis ser um novo Ayrton Senna ao invés de ser um novo Pelé,
nada contra quem curte futebol, mas não consegui entender o porque acham mais
interessante o cara saber chutar uma bola do que controlar um maquinário de
cerca de 1,5 tonelada ou menos, numa velocidade impossíveis do ser-humano
atingir com seu próprio corpo, correndo risco de vida (claro que as
organizações que controlam e organizam o automobilismo, venham se esforçado para
que o nosso esporte se torne cada vez mais seguro) como o Bon Vivant da F1,
James Hunt (não sei se realmente a frase seja de autoria dele) mas o que
apreciamos nesse esporte é o constante “flerte” com o perigo e a morte. Verdade
ou não, concordamos com ele, não é mesmo?
Vibramos com o simples fato, que além de cruzar pela
bandeira quadriculada, vibramos com o piloto que torcemos chegar vivos, quando
isso não ocorre, choramos automaticamente, eles passam do status de meros
pilotos, para serem lendas imortais (mesmos que estes não cheguem a perder a
vida em um acidente de trabalho, independente de qual categoria do esporte automotor
acompanhamos (em breve faremos um top
motorsport, com algumas das categorias do esporte motorizado), tenho o habito
(assim de que alguns de vocês) de criticar o futebol, pelo simples fato de pessoas se matando e se batendo por um time em que jogadores nem sabem da sua
existência, e que eles continuam ganhando seus salários estratosféricos,
enquanto quem torce continua na mesma, inclusive sua conta bancaria, para
acabar com as chances dele de contra-atacar com o mesmo argumento, eu os digo:
“no seu esporte, você é apenas um espectador, no meu eu sou o protagonista”, como?
Simples caro leitor, assim como no futebol existem as famosas “peladas” de fim de
semana, as “peladas” do gearhead, são os
Track Days, sempre erguemos a bandeira da preparação voltada pra pista, mas
nunca expliquei como funcionam e nem como foi minha experiência na minha vasta
carreira de piloto amador (SQN) em duas edições do Hot Lap, no kartódromo de
Limeira, que é um mini Track Day, mas tão divertido como.
Vamos lá, o que são essas coisas de Track Day e Hot Lap, são
eventos em pista fechada (autódromos ou kartódromos) que por uma quantia em
dinheiro (pode parecer caro, mas uma bagatela se você for comparar ao preço pago
por vidas salvas, caso você fosse um piloto de vias publicas, vulgo
rachador). Pagar um valor que não
ultrapasse a casa decimal, pra você competir contra o relógio, em um local com
toda estrutura e segurança, ao invés de por em risco a sua e a vida de mais
outras pessoas que não tem nada haver com sua busca por adrenalina.
Vou contar a meu envolvimento com esse esporte amador que cada vez mais vai
ganhando a popularidade no mundo automotivo (ainda bem, e vamos lutar pra
popularizar ainda mais), era 18 de Maio de 2014, fui assistir um amigo meu de
longa data e um de não tão longa data assim (Ale Capelli em seu Mini Cooper S (rato de Track Day), mas tão importante para mim
quanto, correr no 15º Hot Lap Limeira, realizado no Kartodromo local, que ambiente
agradável, algo que creio que nenhum estádio de futebol (nunca fui em um e hoje
não faço questão de conhecer) possa ser oferecido, Gearheads tem a fama de
fazer amizade rápido e lá não foi muito diferente, conheci a relação
pessoa/maquina de perto, várias pessoas
e carros de vários tipos, mas nenhuma que tenha alguma rivalidade doentia,
cooperação total, camaradagem, respeito e principalmente a zueira, sim, afinal
somos brasileiros.
Lembro que a maior rivalidade
estava entre o meu amigo de longa data (Igor Wnitski Jr.em seu Civic Si modelo FA5, com filtro
esportivo, para-choque com entrada de ar para o filtro e cadeirinha de bebê
(!!!!???) e a dupla mais popular e
querida do Hot Lap, Leo Ceregatti e seu fiel escudeiro o Pangaré, o Voyage
“chinesinho” turbo, escudeiro não, parceiro, afinal a história deles é
melhor que Crepusculo uma das mais famosas no mundo automotivo que eu
conheço, enfim, os dois degladiaram por tempos cada vez mais baixos e a
disputaram pelo melhor tempo do dia, até o pôr do sol, entre auto-zueiras,
zueiras contra seu “rival”, o respeito, a amizade e a camaradagem prevaleceu
acima de tudo, o mais legal do dia, além
de ter acendido a chama dentro de mim que clamava por fazer o que eles e outros
pilotos “amadores” (entre parênteses porque de amadores não tinham nada)
fizeram, foi ter feito várias amizades e que espero levar para
a vida toda.
Isso foi o estopim pra no mês
seguinte juntar umas moedinhas (na época 200,00 Temers Reais) e me
inscrever pro 16ª edição do Hot Lap Limeira, eu e meu Juicer Wallita (apelido
dado ao meu Gol BX air-cooled) bom esse é o bacana desse evento, tem a maior
variedade de carros de diferentes faixas de preço), eu estava eufórico, iria pela primeira vez a
um evento em que podia extrair todo meu potencial como piloto e do carro como
maquina, mesmo que por único dia, tive a torcida de vários amigos e não era o
único entre meu circulo de amizades estaria correndo lá, o mesmo amigo que fui
assistir correr na edição passada do Hot Lap em que eu participei, estava lá
presente com seu Mini Cooper S 1.6, com motor THP, o incentivo de amigos fizeram eu superar meu tempo cada vez mais e mais,
no caso como é um kartódromo, apenas um carro por vez poderia entrar na pista,
um dos carros que chamou mais a minha atenção no dia, não foi o Lancer
Evolution X azul, mas sim um Chevette digno de placa preta, porem era um
verdadeiro sleeper, e como o interior era original assim como os detalhes
estéticos do carro, incluindo as rodas de aço, o senhor (barbas e cabelos
brancos) se segurava no arco da janela com uma mão e com a outra esterçava o
volante com a maior briga com as forças G laterais, foi o máximo, na tabela de
tempos fiquei em penúltimo, mas isso pouco importava para mim, afinal fiz mais
amizades e virei um tempo satisfatório com um veiculo da década de 80, original
de fábrica (tirando alguns itens do interior do veiculo como conta-giros,
volante do Passat TS II, com melhor empunhadura e menor diâmetro e bancos, o
que me ajudou a fazer as curvas, ao contrario do tio do Chevette Turbo, podia
fazer as curvas com as duas mãos) e rodas de 14 polegadas e pneus 185/60 R14.
Infelizmente um acidente fez com
que o carro ficasse parado e nunca mais visitaria uma pista de corridas, porem
estou na luta para conseguir um substituto para ele e dessa vez com uns
upgrades para poder bater meu tempo no BX anterior original, pretendo mudar carga de amortecedores e molas,
freios mais eficientes e mais pra frente mudanças relacionadas a poder de trem
de força e melhorias na rigidez torcional do monobloco.
A algum tempo ouvi de entusiastas
de Futebol que o meu esporte era elitizado, lembro de ter mostrado essa foto:
Crédito da foto: Mateus Magalhães. |
E dito (escrito) para ele:
“Nossaaaa, então quer dizer q sou um burguês?????”, infelizmente não tem como
desenvolver um dialogo com pessoas como ele,
nem comentei de como jogador de futebol é super valorizado nesse país,
não só o jogador em si, como também o esporte, antes de mais nada, precisamos
de educação, saúde publica, saneamento básico, direito a uma boa alimentação e
moradia, além de menos impostos. Mas acho que o mundo gearhead precisa de mais
autódromos, maior de números de autódromos, junto com mais divulgação de
eventos do tipo Track Day, acho que o automobilismo (assim como outros esportes
precisam ser valorizados um pouco mais), digo que mais valorizado que o
futebol, afinal, é muito fácil apontar como culpados e criminalizar os fãs de
carros preparados, pelos vários acidentes de transito, sendo que o maior numero
de acidentes, envolvem condutores bêbados em seus carros de luxo, ganhado dos
pais, do que o gearhead que acelera em local seguro (poucos, afinal pro governo
investir em estádios, dão mais lucro pra eles que autódromos) que tem total
responsabilidade com a sua vida e dos outros (bom, a maioria, sempre tem alguns
frutos que caem longe da arvore) a mídia e órgãos fiscalizadores, junto com o
governam preferem punir do que achar soluções, construir autódromos e divulgar
esse tipo de evento, separaria de fato
quem é quem, nesses atos criminosos envolvendo carros.
Crédito do vídeo: Rodrigo (Jappa) Ono
Crédito do vídeo: Diego Dias
Infelizmente isso é algo que não
acontecerá tão cedo, seguimos firmes e fortes divulgando esses eventos e espero
que isso conscientize os poucos gearheads arruaceiros, acelerarem seus carros em locais apropriados
para isso e ajudar as mídias não especializadas, órgãos fiscalizadores e
governo, surgir com uma solução concreta e apontar o dedo na cara dos
verdadeiros culpados pela maioria das mortes no transito nesse país e melhora
as condições dos que aceleram em local seguro. Mais autódromos e menos
estádios, mais saúde, educação, moradia, alimentação e segurança publica acima
de tudo.
Espero que esse texto tenham
inspirado vocês, até a próxima.
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