Sistema undercar parte 2, suspensão e geometria de suspensão.
Técnica
texto: Daniel Yoiti Hidaka Urata
revisão: Airton M Hidaka
revisão: Airton M Hidaka
Olá galera viciada em carros, ai vamos com a segunda parte
da matéria explicando um pouco sobre suspensão e a importância sobre sua
geometria.
Suspensão
A suspensão de um carro é responsável por absorver impactos
do solo para a carroceria, manter a estabilidade do veiculo e
ajudar o sistema de transmissão a transmitir a força do motor para o solo.
Existem diferentes tipos
e sub-tipos de suspensão, basicamente temos as suspensões do tipo:
independente ex. a roda do lado esquerdo recebe o impacto, porem a roda do lado
direito não recebe o impacto), semi-independente (a roda de um lado recebe
parcialmente o impacto da outra roda) e dependente (a roda que recebe o impacto
é percebida totalmente pela outra roda), no caso ou impacto ou quando passa por
um desnível.
Vamos falar dos mais tipos de suspensão mais comuns nos
carros de passeio comercializados no mercado nacional e alguns importados mais
conhecidos no universo gearhead.
Suspensão independente:
Suspensão McPherson: Dos tipos de suspensão
independente é o mais simples, o sistema McPherson é composto por colunas
telescópicas com molas e amortecedores dentro das molas, mangas de eixo e
balanças transversais ligadas a um sub-chassis ou agregado e as vezes dotado de
uma barra estabilizadora, que ajuda a estabilizar a rolagem da carroceria. Esse
sistema é usado geralmente no eixo dianteiro, mas no caso de carros como o Fiat
Uno (primeira geração) é
usado na traseira também, mas ao invés de molas helicoidais ele usa um único feixe de mola transversal abaixo das balanças.
usado na traseira também, mas ao invés de molas helicoidais ele usa um único feixe de mola transversal abaixo das balanças.
Braços sobrepostos ou Double Wishbone: Muito parecido com o McPherson, porem este usa dois balanços (também conhecido como braços oscilantes ou bandejas) uma sobreposta a outra, sendo uma ligada na parte superior a manga de eixo e outra na parte inferior (como no sistema McPherson), a vantagem desse sistema é não sofrer tanto com alterações na geometria dinâmica da suspensão comparado com o sistema McPherson, em contrapartida é um sistema mais complexo e mais caro. Uma variante do sistema de braços sobreposto é o Four-Link que difere em cada lado do eixo é dividido em duas partes, o sistema Four-Link é mais comum no eixo traseiro e carros de tração traseira ou 4WD. Há também a multi-link, com 5 pontos de ligação a carroceria de cada lado (um a mais em relação à four-link).
Braço arrastado: tem um braço de arrasto em cada lado
ligando a carroceria as mangas de eixo
que são fixa, a vantagem é que com as irregularidade do piso as rodas sobem e
descem sem alteração na cambagem (vamos explicar sobre geometria da suspensão
nesse mesmo post) porem em curvas, com a rolagem da carroceria, o ângulo de
cambagem das rodas acompanham a o anglo da carroceria levando ao understeering
(quanto o carro em uma curva tem tendência a apontar a frente para fora do
carro) foi usado em
alguns PSA como Xsara,
206,306 no eixo traseiro e no fusca e seus derivados (menos Variant II) no eixo
dianteiro, por esse isso esse sistema foi substituído pelo sistema de...
Braço semi-arrastado: esse tem os braços longitudinais
ligadas ao um braço transversal com um ligeiro balanço, ele mantém as
características de um braço arrastado, porém sem a alteração de ângulo em
relação ao solo do sistema citado mais acima. Esse sistema era usado no
Chevrolet Omega australiano no eixo traseiro e alguns VW de tração integral no
eixo traseiro.
Semi-eixo oscilante: este sistema foi adotado na suspensão
traseira do Fusca original e seus derivados (menos kombi a partir de 1975 e
Variant II em 1977), dois semi-eixos são ligadas ao cambio (Fusca) ou
diferencial (Mercedes-Benz 300SL) diretamente a manga do eixo, sendo assim a
única vantagem desse sistema tem uma única vantagem, que é o fato de cada roda
absorver as irregularidade do piso de forma independente, porem ele sempre
sofre com variações de cambagem, seja por rolagem da carroceria ou pela
compressão e distensão das molas, fazendo com que quase sempre as rodas entrem
em cambagem positiva, afetando a estabilidade do veiculo, um jeito de amenizar esse efeito é alongando
os semi-eixos (porem implica em necessitar uma carroceria mais larga) ou
rebaixar o carro, mas isso faz com que a cambagem fique negativa.
Eixo de torção: comumente usado na traseira de carros com
tração dianteira por terem um custo de produção baixo, hoje em dia esse tipo é
do tipo semi-independente, pois apesar de ser feito de uma peça única ele
possui uma certa flexibilidade que permite que passar o impacto parcialmente
para o outro lado do eixo, usando sempre molas helicoidais, com amortecedores
dentro ou fora delas e pode possuir barra-estabilizadora
ou não.
O mais comum é o eixo rígido, utilizado em diversos carro de
tração traseira como o Chevrolet Chevette
e Opala, Toyota AE86 e na penúltima geração do Ford Mustang (sendo nessa ultima
geração se rendeu a (moderna) suspensão multi-link, independente (que também
pode ser visto no eixo dianteiro em carros beeeeeeeeeeem antigos, como os carros
do começo do século XX, mas ainda assim utilizado em jipes como Troller e o
Suzuki Jimmy em ambos os eixos ). Como o nome diz, o eixo rígido é ligado em
ambas as rodas sendo fixado ao monobloco ou chassis por feixes de molas
longitudinais ou molas semi-elipticas de cada lado, não havendo alteração na
geometria da suspensão quando há rolagem na carroceria, mas assim até que haja
irregularidade no piso, as rodas deste eixo sofreram alteração de cambagem até
esse momento, assim como o semi-eixo oscilante, esse independente.
Geometria da suspensão:
Esse assunto é bem profundo e é separado por convergência e
divergência, camber ou cambagem e caster.
O alinhamento da direção é classificado como Divergente e
Convergente
Convergente –
Um ajuste de alinhamento convergente torna o veículo mais estável em linha
reta, pois a roda do lado para onde o veículo foi direcionado ficará reta e somente
depois inicia o direcionamento do veículo, assim o movimento é mais lento e
permite absorver irregularidades ou pequenos movimentos sem tirar o veículo da
trajetória.
Divergente – Já o ajuste divergente dá maior
agilidade para entrar em curvas, justamente pelo comportamento oposto ao
divergente, ou seja, a roda do lado interno já está apontada para a curva,
então a resposta ao movimento do volante é mais rápida.
Cambagem ou câmber:
Câmber é o ângulo do eixo vertical da roda em relação ao
solo. O ajuste da cambagem é determinado visando obter a melhor área de contato
da banda de rodagem do pneu com o solo, de acordo com os movimentos da
suspensão e rolagem da carroceria.
A cambagem pode ser negativa e, em curvas, inclinar-se a fim
de ter a banda de rodagem do pneu do lado externo à curva (ponto de apoio)
totalmente apoiada no solo.
No entanto, o ajuste será determinado pela montadora de
acordo com a proposta do veículo, que pode ser esportiva, ou seja, terá maior
esforço lateral em curvas, ou de veículo urbano, que exige pouco trabalho da
suspensão em curvas e prima pela economia de combustível.
Cáster:
É a inclinação da linha vertical imaginária traçada entre os
pontos de apoio da manga de eixo, olhando o veículo pela lateral. Se a parte
inferior da linha estiver à frente da superior, o cáster é positivo, se estiver
atrás, é negativo.
Quanto mais para positivo, maior a tendência de a roda se
manter em linha reta, assim aumenta-se a estabilidade nestas condições; no
entanto, também será maior o esforço necessário para esterçar, por isso, fique
atento, já que um mesmo veículo pode utilizar medidas de cáster diferentes
quando equipado com direção hidráulica ou mecânica.
Lembrando que um alinhamento e cambagem muito agressivo pode
ocasionar um desgaste acentuado de pneus e o alinhamento de pista é inviável
para uso do carro no dia-a-dia, como muitos leitores assim como nós, usam o
carro para pista e uso diário recomendamos modificar a geometria para pista às
vésperas do dia de pista (track day... entenderam...dia de pista, track day...
é não deu)
Geometria da suspensão, fonte: http://www.noticiasdaoficinavw.com.br/v2/2011/12/geometria-de-suspensao-e-desgaste-de-pneus/
Sobre o uso da
cambagem em pista é interessante trabalhar em uma cambagem mais negativas, por
uma simples razão: a cambagem dinâmica, quando um veiculo está fazendo uma
curva, há rolagem da carroceria, nessa hora a cambagem muda totalmente, quanto
maior a rolagem, mais a suspensão entra em cambagem postiva (em alguns casos,
como citado acima, no eixo traseiro não há alteração na cambagem ou alguns
tipos de suspensão são menos propício a alteração na geometria dinâmica, caso a
suspensão double-wishbone comparado a McPherson, sendo a McPherson sofre mais
com a rolagem da carroceria), a suspensão de carros de rua, principalmente
carros com suspensão dianteira do tipo McPherson não permitem ajustes de mais
de -1,5º (um grau e meio negativo), para isso existem “câmber plates” que são
peças para serem instaladas no topo de cada telescópio do amortecedor, elas
possibilitam um ajuste de câmber (a
maioria delas também permitem um ajuste de cáster) mais amplos . Também é
possível amenizar os efeitos tornando a suspensão mais rígida e baixa (mais
baixa para diminuir o centro de gravidade do veiculo) consequentemente
diminuindo a rolagem da carroceria, com a adoção de barras-estabilizadoras mais
grossas (também com o fim de diminuir a rolagem da carroceria em curvas), mais carga nos amortecedores e molas e adoção de buchas de poliuretano
no lugar das buchas de borrachas, elas são mais rígidas e por isso quase que
anulam as variações na geometria da suspensão em curvas e melhoram a tração em arrancadas, mas isso acarreta em
um veiculo menos confortável e fazendo com que a suspensão filtre menos os
impactos para a carroceria.
Existem 4 tipos de suspensões modificadas (amortecedor e molas):
Fixa preparada, Rosca, à ar e coilovers.
Fixa preparada: com enfase em uso de pista, significa que não a possibilidade de ajuste de carga (compressão e retorno dos amortecedores) e nem de altura, ou seja, é difícil acertar corretamente e geralmente é indicado para alguém que usa o carro pra um tipo de pista e/ou anda na rua, quer ganhar um pouco de estabilidade, mas acaba como consequência prejudicando no conforto, mas é das quatro é a modificação mais barata.
Rosca: esse tipo de modificação, só permite o ajuste de altura do carro em relação ao solo pelas molas, porem não permite o ajuste de carga dos amortecedores, mas já é mais vantajoso (porem mais caro) que uma suspensão fixa.
Suspensão à ar: aqui no Brasil o uso de suspensão a ar é mais estético que funcional, fora do Brasil, existem kits que podem ser usados em pista, ao invés de amortecedores, esse sistema usa bolsas de ar, que inflam os esvaziam-se eletronicamente, por um comando no painel ou um controle externo remoto, alterando a rigidez e a altura do veiculo em relação ao solo, porém não sendo muito confiável para pista por causa da falta de robustez, há alguns kits que usam um pistão de ar comprimido (como se fosse um amortecedor) ao invés das bolsas de ar.
Coilovers: o mais indicado para o uso em pista e/ou rua, sendo possível regular (manualmente ou eletronicamente, altura, pressão de compressão e retorno, muitos vem até com camber plate integrados, porém pelo seu custo alto e aqui no Brasil ter que praticamente ter que depender de produtos importados, a gama de produtos oferecidos ao carros fabricados no Brasil é muito pequena e o valor por sua complexidade e recursos oferecidos é muito alto.
Existem 4 tipos de suspensões modificadas (amortecedor e molas):
Fixa preparada, Rosca, à ar e coilovers.
Fixa preparada: com enfase em uso de pista, significa que não a possibilidade de ajuste de carga (compressão e retorno dos amortecedores) e nem de altura, ou seja, é difícil acertar corretamente e geralmente é indicado para alguém que usa o carro pra um tipo de pista e/ou anda na rua, quer ganhar um pouco de estabilidade, mas acaba como consequência prejudicando no conforto, mas é das quatro é a modificação mais barata.
Rosca: esse tipo de modificação, só permite o ajuste de altura do carro em relação ao solo pelas molas, porem não permite o ajuste de carga dos amortecedores, mas já é mais vantajoso (porem mais caro) que uma suspensão fixa.
Suspensão à ar: aqui no Brasil o uso de suspensão a ar é mais estético que funcional, fora do Brasil, existem kits que podem ser usados em pista, ao invés de amortecedores, esse sistema usa bolsas de ar, que inflam os esvaziam-se eletronicamente, por um comando no painel ou um controle externo remoto, alterando a rigidez e a altura do veiculo em relação ao solo, porém não sendo muito confiável para pista por causa da falta de robustez, há alguns kits que usam um pistão de ar comprimido (como se fosse um amortecedor) ao invés das bolsas de ar.
Coilovers: o mais indicado para o uso em pista e/ou rua, sendo possível regular (manualmente ou eletronicamente, altura, pressão de compressão e retorno, muitos vem até com camber plate integrados, porém pelo seu custo alto e aqui no Brasil ter que praticamente ter que depender de produtos importados, a gama de produtos oferecidos ao carros fabricados no Brasil é muito pequena e o valor por sua complexidade e recursos oferecidos é muito alto.
Até mais galera, vamos deixar um pouco de suspense para vocês, no nosso próximo post falaremos sobre o sistema de direção.
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